Série trechos com cachoeiras Trilha Transcarioca -Trecho: Casa Amarela x Pau da Fome
- Wallace Nunes
- 2 de ago. de 2017
- 5 min de leitura
Hoje temos o segundo trecho da série cachoeiras trilha Transcarioca. A cada dia iremos postar detalhes dos trechos desse grandioso projeto. Comece hoje mesmo a se planejar!

Resumo
Prepare-se para um trecho de muita inclinação, numa caminhada longa e difícil. Porém, a imersão na floresta densa e bem preservada compensa o esforço. Em meio à Mata Atlântica, em uma área fechada pelas montanhas, está o incrível Açude do Camorim, um dos símbolos do Parque e da Trilha Transcarioca. Com volume de 210 mil m³ e profundidade de 18 m, localiza-se a 435 m acima do nível do mar, com um espelho d’água equivalente a um quarto da Lagoa Rodrigo de Freitas. Ele está localizado entre as Serras do Quilombo, do Nogueira e o Pico do Sacarrão, num vale acima das cachoeiras do Camorim e Véu da Noiva. Foi construído em 1908. Não é permitido o banho no açude.
Como Chegar
Esse trecho da Trilha Transcarioca pode ser alcançado pela continuação do trecho Rio da Prata x Casa Amarela ou Piraquara x Pau da Fome.
Também é possível acessar a partir da sede Pau da Fome do Parque Estadual da Pedra Branca.
Descrição do Percurso
Sentido Oeste x Leste (Barra de Guaratiba x Morro da Urca) Iniciando pelo final do trecho Rio da Prata x Casa Amarela vamos entrar a direita em uma pequena cerca ao lado da Casa Amarela (Pegadas amarelas/base preta. Deste ponto é ir subindo a trilha por um capinzal (660 m) até encontra o primeiro casebre. Neste ponto deve ficar atento para dobrar a esquerda (não entrar na trilha do casebre!). Agora vamos caminhar mais (800 m) e logo em seguida uma boa “pernada” de (1.4 km) até o fim do bananal.
A trilha vai seguindo pela mata em leve declive até contemplar (1.7 km) na chegada a estrada do Sacarrão virando a esquerda. Deste ponto vamos caminhar mais (1.9 km) entre córregos e casas enquanto a trilha vai estreitando pela mata até chegar nas Árvores Gêmeas. Deste ponto seguimos descendo para o açude do Camorim por (700 m) até uma bifurcação a esquerda para a prainha do Camorim. (Se optar seguir pela direita a trilha percorrerá (3.7 km) até a sede Camorim do Parque). Seguindo a Trilha Principal a esquerda vamos caminhar mais (200 m) até a prainha do Camorim onde poderemos descansar a beira do açude do Camorim.
É importante lembrar que o banho não é permitido e a água é imprópria para consumo. Ok, já estamos no Camorim e agora vamos trilhar mais (1.3 km) até passar por umas ruínas e depois mais (1.6 km) até a opção de entrada para a Pedra do Quilombo. Continuando na Trilha Principal vamos agora descer bastante (2.5 km) até a área da sede do Parque entraremos a esquerda para conhecermos o antigo aqueduto do Pau da Fome onde iremos percorrer apenas (660 m) até a sede do Parque onde termina o atual trecho.
Saindo pelo portão do Parque há um ponto de transporte público em frente ao quiosque do Sr. João que serve caldo de cana, bolinho de aipim e outros quitutes, imperdível!
Atrações
Açude do Camorim, Estrada do Sacarrão, floresta, mirantes, Pedra do Quilombo, Ruinas do antigo aqueduto.
Comércio/Hospedagem
Ao chegar na sede Pau da Fome do P. Estadual da Pedra Branca temos a poucos metros o ótimo quiosque do Sr. João que serve caldo de cana, bolinho de aipim e outros lanches.
Pontos de água
Há diversos pontos de água na trilha.
Infográfico

Fatos históricos
Dentro da floresta, em uma bacia fechada pelas montanhas, encontra-se o surpreendente Açude do Camorim, com área de 210.000 m³ e profundidade de 18 metros, 435 acima do nível do mar, o açude possui cerca de um quarto do tamanho da Lagoa Rodrigo de Freitas. O açude por incrível que pareça, não é natural e sim foi planejado por Sampaio Corrêa e construído por Henrique de Novaes em 1908, formando um dos mais belos recantos de toda cidade Maravilhosa.
Camorim é um nome derivado do Tupi “CAMURY”, CA (Mata) e MURY (mosca ou mosquitos), “mata com muitos mosquitos”. Esse nome designa o bairro, e sua principal estrada de acesso, o açude e uma cachoeira. Toda essa região pertencia a Gonçalo Correia de Sá e era conhecida como Pirapitingui (peixe de escamas branca). Nela, Correia de Sá possuía a antiga fazenda do Camorim, onde, em 1625, mandou levantar a capela de São Gonçalo de Amarante, padroeiro do lugar, que existe até hoje.
O açude está localizado entre as Serras do Quilombo, do Nogueira e o Pico do Sacarrão, num vale cercado de muito verde, mais abaixo encontramos as cachoeiras do Camorim e Véu-da-Noiva, essa última junto à represa de captação e à caixa d’Água, construídas em 1908. Infelizmente não é permitido o banho nas águas do açude, pois as mesmas abastecem até hoje parte da Zona Oeste do Rio de Janeiro e sem contar que existem perigosos sumidouros no açude.
A maior parte do bairro do Camorim e Vargem Grande está ocupada pelas montanhas do maciço da Pedra Branca, abrangendo a Pedra Rosilha e a Serra do Nogueira. A herdeira de Correia de Sá, Dona Vitória de Sá, tinha um primitivo engenho que foi dividido em três grandes fazendas. Esse engenho era enorme e era chamado de Engenho do Camorim, ele incluindo o atual bairro do Camorim, de Vargem Pequena, de Vargem Grande, parte da Barra da Tijuca e parte do Recreio dos Bandeirantes. Dona Vitória deixou em testamento o Engenho do Camorim para os padres beneditinos, que ocuparam a região por cerca de 200 anos.
Fonte: http://www.vamostrilhar.com.br/aventuras/cachoeiras-lagos/sobre-o-acude-do-camorim/
Já o nome Pau da Fome tem sua origem no habito que alguns tropeiros tinham: O de fazer refeições embaixo de uma figueira. Costumavam dizer “Estamos no páo da fome“.
O abastecimento d’água na cidade do Rio de Janeiro, em torno de 1817, era precário, obrigando o Governo da Corte a adotar medidas de proteção aos mananciais hídricos, devido à devastação das florestas.
As áreas dos mananciais do Rio Grande, pertencentes à fazenda do Barão da Taquara, foram adquiridas, em 1908, pelo Governo Federal, que realizou importantes melhorias na Represa do Pau da Fome. Na época também foi desapropriada pela União a área do manancial do Camorim, para o estabelecimento de uma reserva florestal e ampliação do açude e dos sistemas de tratamento e distribuição de água.
Visando a preservação dos mananciais, o historiador Magalhães Corrêa no início da década de 30, expôs em seus artigos publicados no Jornal Correio da Manhã, a necessidade de proteção das florestas do Maciço da Pedra Branca.
Paralelamente, foram instituídas pelo Governo Federal as chamadas Florestas Protetoras da União, das quais muitas situadas neste Maciço, a saber: Camorim, Rio Grande, Caboclos, Batalha, Guaratiba, Quininha, Engenho Novo de Guaratiba, Colônia, Piraquara e Curicica, todas com captação d’água para abastecimento. Essas captações são hoje marcos históricos da engenharia hidráulica fluminense, já que muitas delas já eram antigas quando da decretação da medida protecionista.
A partir das necessidades de abastecimento d’água nos arredores da cidade, iniciaram-se as providências legais dos órgãos públicos, tanto no nível federal, quanto nos âmbitos estadual e municipal, em relação à preservação do Maciço.
O decreto nº 1.634 de Abril de 1963 promoveu a utilização integrada do Maciço, declarando de utilidade pública para fins de desapropriação as terras que integram a região.
Em 1972 foi criado pela portaria “P” SPG nº 20, de 18 de Julho, um grupo de trabalho para propor as medidas necessárias à criação do Parque. A substituição desse grupo pela Portaria “P” SPG nº 3, por um outro, em 19 de janeiro de 1973, o qual concluiu um relatório indicando as medidas necessárias para a criação do Parque. O relatório, bastante completo para a época, contemplou no conteúdo aspectos socioeconômicos, clima, ocupação, estado da cobertura vegetal, aspectos relativos ao patrimônio histórico, artístico e arqueológico da região do Maciço, sugerindo delimitação, nominação, aspectos administrativos e financeiros, atribuições do Estado e da União, possibilidade de convênios e indicando medidas para elaboração do plano diretor.
Fonte: http://www.parquepedrabranca.com/p/macico-da-pedra-branca.html
Fonte: Trilha Transcarioca
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